Editorial
Reshoring: o caminho de volta
Em nossas páginas temos a colaboração de diversos parceiros, entre eles o Mike McNulty (EUA), do América News. Mike é o editor da revista Fastener Technology International, que em sua edição fevereiro/março de 2014 uma parte de seu editorial abordou “Reshoring”, expressão criada para uma inciativa que é como um antídoto para “Offshoring” que é o modelo de realocação de processos de negócios de um país para outro. Ou seja, vender “aqui” o que é feito “lá”.
A internacionalização de negócios é algo antigo e irreversível, mas no Brasil, nossa perda de competitividade, pelo menos em parafusos, não está no fato de outros poderem fazer melhor do que nós, e sim na nossa alta capacidade de fazer besteiras.
Harry Moser, criador do Reshoring Initiative (www.reshorenow.org), lidera esta iniciativa industrial, criada em 2010, visando repatriar produção e empregos aos EUA por meio da exposição de estudos que indicam as vantagens. Algumas empresas reconhecem que ações offshore já não estão assim tão animadoras quando consideraram os custos envolvidos, logísticos, controles, riscos com propriedade intelectual e outros. Os efeitos já se refletem no repatriamento da produção de empresas como a NCR e a General Eletric.
Talvez isso ainda seja algo inalcançável para produtos de menor valor agregado, como fixadores, mas isso pode indicar um começo, embora saibamos que a economia norte-americana é muito mais versátil e racional que a nossa.
A Espera de um Milagre
Na última feira da Mecânica, uma das matérias desta edição, poucos fabricantes de fixadores estavam expondo. Ali, sem parafusos nada se faz. Ações de promoção à distância por meio de propaganda, exposição e outros é algo sub utilizado por parafuseiros brasileiros. Lembrando, o nome original do filme “A Espera de um Milagre” (EUA, 1996) é Green Mile, ou Milha Verde, que é aquela que levava os prisioneiros para a execução. Ficar só esperando um milagre é um perigo.
Boa leitura!
Sérgio Milatias
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