Fique por Dentro
Parafuso solto faz com que Piquet Jr. retorne ao pit stop
Na última etapa da Nascar Truck Series, em Las Vegas, o piloto teve que voltar aos boxes para prender um parafuso de uma das rodas
O brasileiro Nelsinho Piquet foi o melhor estreante na prova da última temporada da Nascar Truck Series, em Las Vegas. Ele largou em sétimo lugar e terminou em sexto na corrida vencida por Ron Hornaday. Durante a prova, o piloto passou por um momento crítico quando precisou retornar ao pit stop em bandeira verde, no giro de número 102, para apertar um parafuso de uma das rodas.
Nessas condições em pistas de 1,5 milha como a de Vegas, normalmente quem pára acaba perdendo uma volta em relação ao líder. Mesmo assim, o profissional conseguiu três boas relargadas após as bandeiras amarelas de número 8, 9 e 10 (o recorde da temporada da Truck Series) e foi beneficiado pelo “lucky dog” na última delas, o que lhe permitiu voltar ao giro do líder, relargando em 9º na volta 138. Antes da bandeira quadriculada, na 146, Nelsinho realizou mais três ultrapassagens.
“Foi uma prova complicada. Nosso acerto estava médio e, como todos os demais trucks, senti falta de grip durante a prova inteira. O motor também não estava dos melhores, conforme percebi quando tive que andar mais perto dos adversários. Como ainda houve um problema com o parafuso, o sexto lugar acabou ficando de bom tamanho”, resumiu o piloto.
Segundo Nelsinho, cada roda contém ao todo cinco parafusos, e quando um deles se solta, a regra é o retorno aos boxes para fazer o conserto. “Na Nascar, os pits são bem rápidos e as equipes não podem ter tanta gente na pista como na F-1. Um mesmo mecânico acaba encarregado de cuidar de dez parafusos na parada, então fica difícil rastrearmos o problema”, relata.
Outro episódio parecido aconteceu na última corrida em Homestead, Miami. Um dos lados do carro do piloto estava ainda levantado no macaco quando ele engatou a primeira marcha. Duas porcas se soltaram e foram recolocadas imediatamente. “Perdi um pouco mais de tempo, mas não precisei voltar aos boxes”, afirma.
Nas equipes da Sprint Cup Series, a principal divisão da Nascar, 18 pessoas são encarregadas do pit stop. Já nas garagens, depende muito do time o número de funcionários, pois tem equipes com um a quatro carros. O piloto ressalta que existem quatro modelos de carro na Nascar, que variam conforme o tipo de pista. “Por fora todos parecem iguais, mas debaixo da carenagem são totalmente diferentes, principalmente na geometria das barras de suspensão. Para os ovais curtos (até uma milha) é um tipo de carro, outro para os ovais “intermediários” (que correm de uma a duas milhas), outro para os superspeedways de Daytona e Talladega (2,5 milhas) e mais um para os circuitos mistos. Os parafusos são os mesmos para as rodas de todos”.
Em 1983, seu pai, Nelson Piquet, também teve um episódio contendo um parafuso com rosca infinita. “Esta corrida deu o título à ele, que aliviou a pressão do turbo ocasionando um problema no parafuso que fazia essa regulagem. Ele passou o resto da prova tentando achar a peça para rosqueá-la de novo”, se diverte. O piloto afirma que ainda não visitou uma fábrica, mas sabe que a Nascar tem cuidados especiais de certificação desses elementos, buscando sempre os melhores fornecedores dos Estados Unidos, afinal, “no automobilismo cada parafuso é fundamental”, finaliza.
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