Entrevista
Ebrats 2012: três décadas de tratamento de superfície
Douglas Fortunato. Este é o nome de quem vai coordenar o maior evento do setor, em São Paulo, no primeiro trimestre
O atual coordenador geral do Encontro e Exposição Brasileira de Tratamentos de Superfície, Ebrats, também é membro do conselho da Associação Brasileira de Tratamento de Superfície, ABTS, e atual diretor técnico comercial da Itamarati Metal Química. Este é o engenheiro químico Douglas Fortunato de Souza, responsável pela realização do evento de mais de três décadas de existência, entre os dias 11 e 13 de abril, em São Paulo.
Revista do Parafuso (RP) – Como é realizar um evento como o Ebrats?
Douglas Fortunado de Souza (DFS) –Este é o melhor evento do setorna América Latina, onde reunimos o que há de mais atual no segmento e isto justifica sua grande aceitação. É uma oportunidade para as empresas divulgarem seus produtos, processos, alavancarem negócios, fortalecerem a marca e se atualizarem. Hoje, o Ebrats se tornou a vitrine do mercado do tratamento de superfície e o caminho para quem quer entrar neste segmento. O Ebrats está entre os três maiores do setor no mundo.
RP – Qual a proposta do Ebrats?
DFS – Ser o principal fórum da América Latina no que se diz respeito à divulgação dos processos que ocorrem no segmento de tratamentos de superfície. Os participantes expõem trabalhos científicos, analisados por uma comissão técnica, além de conferirem as novidades do mercado em termos de produtos e tecnologia.
RP – Em nossa edição número 15, publicamos a comemoração dos 30 anos do Ebrats em que reuniu 86 expositores nacionais e internacionais, como Argentina, Estados Unidos, Alemanha e Itália. O que os participantes poderão esperar agora?
DFS – Teremos mais de 80 empresas, nacionais e internacionais, expondo o que há de melhor no setor, desde as últimas novidades em equipamentos, passando por várias técnicas e tipos de tratamento, até como tratar os resíduos industriais e o que as empresas estão fazendo em relação a sua responsabilidade ambiental.
Mais de 40 instituições farão parte do comitê técnico científico, entre eles: a Zirmax Beneficiamento de Metais Ltda; O Instituto de Química da Unesp de Araraquara; SurTec do Brasil; as Universidades Federais de Santa Catarina, do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Sul, entre outras; o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica – Cepel; Universidade de São Paulo (USP); o Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará – Nutec; Grupo de Pesquisa em Eletroquímica da Unicentro, o Institut National Polytechnique de Grenoble etc. Ou seja, conteúdo é o que não faltará.
RP - O que se observa nesses 30 anos de realização? DFS - Durante esses anos, foi possível ter ciência de quão importante é o nosso mercado ea responsabilidade que temos perante a sociedade por desenvolver novas tecnologias e aperfeiçoar tecnicamente os profissionais da área e segmentos coligados. Ao longo do evento, é possível fornecer um treinamento teórico para muitos profissionais, por meio de palestras e cursos técnicos divididos em módulos, o que, certamente, contribui para a qualificação da mão de obra brasileira.
RP - Na sua visão, quais são as perspectivas para o futuro neste segmento? DFS - O mercado mundial de fixação tende a crescer mesmo com toda essa "sombra de crise", assim como também crescerá as exigências de tratamento com menor impacto ambiental e uma maior resistência a corrosão. E, com isso, percebo que teremos melhores produtos, com alto nível de aplicações. O segmento de tratamento de suérfície é um processo que está presente na maior parte dos produtos fabricados e fez parte do nosso cotidiano. Isto torna nosso meio muito dinâmico e em constante evolução, principalmente no quisito de atender as normas internacionais.
RP – Comente sobre a transição da Associação Brasileira de Tecnologia Galvânica para a Associação Brasileira de Tratamentos de Superfície, já que foi membro do conselho da ABTS.
DFS – A ABTG foi fundada em 1968 após uma série de reuniões realizadas nas residências de diversos técnicos ativos tanto em indústrias de aplicação de revestimentos galvânicos como em empresas fornecedoras de insumos para essas indústrias. Em 1985, a diretoria da entidade resolveu alterar a denominação para Associação Brasileira de Tratamentos de Superfície por dois motivos: ampliação do interesse dos associados para processos de tratamento de superfície não galvânicos (eletro-químico) como anodização, “porcelanização” (“esmaltação a fogo” - revestimento com ‘‘fritas” e conglomeração a quente), pintura em processos industriais, entre outros; e a coincidência da sigla com outra entidade tradicional, a Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica.
RP – Qual o cenário da ABTS atualmente?
DFS – Hoje a Associação conta com 73 sócios patrocinadores (pessoas jurídicas), 77 sócios ativos (pessoas físicas), 12 honorários (pessoas físicas homenageadas pela sua atuação a favor da associação) e 17 estudantes. Seu principal objetivo é congregar todos os que no Brasil se dedicam à tecnologia galvânica, tratamentos de superfície, tratamentos térmicos de metais e atividades afins, promovendo o progresso e a divulgação dos conhecimentos tecnológicos nesses ramos de atividades. Por isso, o Ebrats tem enorme importância não só para o setor como para a entidade.
RP – Quais são as vantagens em se associar?
DFS – Acredito que a mais importante é a oportunidade de estar atualizado com as tendências e o compartilhamento de ideias para o crescimento do setor. É notável a preocupação da entidade com a qualificação dos profissionais nessa área, inclusive existem algumas iniciativas que favorecem isso.
RP – Por exemplo...
DFS – O Programa de Desenvolvimento e Atualização Profissional é um dos resultados de nossas políticas de trabalho. É uma necessidade do mercado que está cada dia mais exigente, buscando profissionais com alta qualificação. Este, com certeza, é o foco da Associação. Concedemos bolsas e cursos in-company para que esta meta seja conquistada. Além do Encontro, também falamos com o público por meio de três canais de comunicação: as palestras mensais realizadas em nossa sede; nosso site, bastante dinâmico; e a revista Tratamento de Superfície, apresentada nas versões impressa e digitalizada.
Douglas Fortunato de Souza
douglasfortunato@terra.com.br
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