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Brazil Windpower: feira e conferência nacional em energia eólica
Evento teve como marco a retomada de leilões de reservas e transmissões agendadas para dezembro
Realizada na cidade do Rio de Janeiro, a Brazil Windpower 2017, feira de negócios e conferência, fechou o ciclo de eventos do mês agosto em meio às boas expectativas em razão do aquecimento geral na economia nacional, bem como no agendamento de leilões para dezembro deste ano. O primeiro desses leilões ocorrerá no dia 15 na área de transmissão e o outro no dia 19 de dezembro, envolvendo reservas. Segundo Ivan Reszecki, conselheiro da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), o cenário sofreu com cancelamentos desses leilões, ocorridos dois anos atrás, que agora estão sendo retomados.
Segundo Reszecki, a expansão dos parques eólicos dessa matriz energética tem sido acompanhada por grandes processos evolutivos, tornando os mesmos equipamentos cada vez mais eficientes, ou seja, produzindo cada vez mais com menos. “Já existem em operação torres eólicas com até 137 metros de altura, gerando mais de 3 megawatts”, disse ele que também é presidente da fabricante de fixadores Metaltork.
Só para se ter uma ideia em números, uma dessas torres eólicas – chamadas nesse meio de aerogeradores – são dotadas de um conjunto rotor com pás (hélices) que já alcançam cerca de 80 metros de ponta a ponta entre elas. Custando entre R$ 6 e R$ 8 milhões cada, essas torres podem gerar em torno de 1,8 MW (megawatts) de potência, ou seja, cerca de 5,2 milhões de KW/h (quilowatts/ hora), capacidade suficiente para abastecer mais de 2,6 mil residências entre janeiro a dezembro de cada ano. Segundo a ABEEólica, o Brasil já possui 468 usinas de energia dos ventos e a capacidade instalada já alcança 12 GW (gigawatts). Em 2011 essa capacidade era de apenas 1,5 GW, crescendo 8 vezes, o que poderia nos levar a 24 GW em 2021, mas a ABEÉolica estima chegar em 2020 a 17,9 GW, número que não é de se jogar ao vento.
Dörken MKS
Cerca de 70% por cento da atuação mundial da Dörken ocorre no setor automotivo, mas sua presença em duas décadas em energia eólica indica que sua pisada no acelerador está a favor dos ventos. Motivador, o CEO da Cia, Martin Welp, disse-nos na edição anterior dessa RP que o mercado no Brasil está favorável a veículos comerciais, e ninguém compra isso se não estiver enxergando expansão das demandas. É um bom sinal, pois, demanda gera demanda.
As linhas de revestimentos anticorrosivos para metais Dörken mantêm-se presente neste mercado de geração de energia, pois isso já não é apenas uma promessa, e sim uma realidade dado ao salto de expansão de 1,5 para 8 GW num período onde a economia no geral desandou. “Nossas linhas de organometálicos vêm sendo aplicadas em conjunto com aerogeradores na terra e no mar (onshore e offshore) há mais de 20 anos na Europa e em outras partes do globo. É isso que estamos expondo aqui, primeiramente obtendo a confiança e oferecendo apoio técnico aos novos clientes, lhes demonstrando, em seguida, os benefícios de cada linha de nossos revestimentos, que pode estar presente em extensas superfícies como torres, pás e rotor, mas também nos pontos chave, como nas fixações compostas por parafusos, porcas e arruelas, prisioneiros, busching, barreis e outros”, relatou Robinson Lara, responsável pelas operações Dörken no Brasil e na América do Sul, que expôs ao lado do colega alemão, Kurt Gradike, gerente internacional de negócios e especialista em energia eólica.
Metaltork
Uma das mais importantes fabricantes de fixadores metálicos da América do Sul, a Metaltork completará 60 anos em 2018, e isso esteve grafado no estande da Cia na Brasil Windpower.
Segundo Ivan Reszecki, presidente da Cia, 2017 marca um recomeço do setor, porque na edição 2015 da feira algumas empresas tinham pedidos acima da capacidade produtiva, mas o ciclo foi abalado devido à interrupção dos leilões de reservas, mas que já estão reagendados para dezembro próximo. O executivo relata que também vivemos um momento de avanço na produtividade individual das torres, com conjuntos cada vez mais eficientes e maiores, alguns passando dos 137 metros de altura.
“Na Metaltork fazemos parafusos de até M64 e cerca de 15kg. Neste segmento a demanda sempre gira acima de M30, sendo que temos prensas com capacidade de produção de parafusos a frio até M36. Acima de M36 as peças têm processamentos mistos, com usinagem e forjamento a quente. Além disso, produzimos itens especiais como busching e barréis, que fixam as pás no hub (nariz da máquina). São peças entre M36 e M40 com média 500 mm comprimento. Outras peças que fazemos são os anchor bolts, tipo de prisioneiros instalados na estruturação de base das torres, com diâmetros entre M36 a M42 e comprimento de 3 metros, com peso em torno de 40 kg”, concluiu Reszecki.
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