Vento de cauda na Brazil Windpower 2016
Passadas as Olimpíadas, o jogo agora é no expansivo setor da energia eólica que teve a sétima edição na Cidade Maravilhosa
É de conhecimento universal que o Rio de Janeiro tem uma vocação natural para atividades ligadas ao entretenimento e turismo, sendo ele o cartão postal do Brasil no exterior, o que viabilizou ainda mais a realização do Olympic Summer Games, os “Jogos Olímpicos de Verão”, como é definido especialmente pelas nações do hemisfério norte que também têm os “Jogos de Inverno”, algo inviável por aqui.
O Rio também é a mais importante região da indústria naval e petrolífera, devido a sua relevância na extração e produção e de ser cidade sede dos grandes players deste segmento. Foi lá que conhecemos a feira de negócios e tecnologia que utiliza a força dos ventos para gerar energia elétrica. Alias, isso não é novo, e podemos afirmar que a utilização dos ventos foi, talvez, o mais importante propulsor da Globalização, empurrando séculos atrás as embarcações que interligaram os cinco continentes, diferentemente deste amontoado de bobagens atribuindo isso à internet.
Agora, os bons ventos trazem de volta essa extração limpa, apenas sob o risco da intermitência, e essa atividade vem soprando a favor de novos e importantes espaços para negócios. Valendo observar os números atuais e os esperados (veja entrevista na página 10, com Elbia Gannoum, presidente da ABEEólica) para os próximos anos, que deverão ser atraentes, bem como a captação solar, mas essa é outra matriz para abordarmos em uma futura edição. Ótima leitura.
Dörken MKS/Zincagem Martins
Fabricante global de revestimentos anticorrosivos para metais, a Dörken abre mais um espaço para sua atuação no mercado sul-americano, dessa vez levada pelos ventos desta matriz energética promissora e sustentável, setor em que ela tem muita tradição na Europa.
“Os produtos Dörken são aplicados em diversas partes das torres eólicas, estejam elas instaladas na terra ou no mar (onshore/offshore). Nossos revestimentos se aplicam, por exemplo, onde se fixam tanto prisioneiros quanto barreis”, comentou Robinson Lara, gerente comercial da multinacional alemã no Brasil.
Segundo a executiva Adriana Martins, a Zincagem Martins acelera neste evento sua parceria na aplicação dos organometálicos Dörken em fixadores de médio e grande porte e em partes que orbitam a fixação no setor eólico e, também, no solar. “São linhas que antes eram feitas com zinco a fogo, mas estamos conseguindo alcançar nossos objetivos com essa estratégia”, comentou Martins. Sobre benefícios para o cliente, a Zincagem Martins é a única aplicadora no país a ter um sistema automático de pintura por spray eletrostático. Nele, os níveis de perda de material são baixíssimos, além de garantir uma camada uniforme de ponta a ponta, diferente dos sistemas manuais, instáveis e dispendiosos.
JEA
Indústria sediada em Mauá, na Grande SP, a JEA está completando 30 anos, cinco deles fornecendo para eólicos. Em produtos destacam-se suas linhas de Internos para Torres: plataformas ou tramos, guarda-corpo, escadas, tambores para looping dos cabos, materiais de caldeiraria em geral, cortados, furados, dobrados, soldados, conformados etc; Internos de Parque: porta de entrada para torre, portão para proteção dos equipamentos, suporte/apoio dos equipamentos, grades de piso e caldeiraria em geral; Vigas para içamento dos equipamentos, eletrocalhas aramadas, juntas verticais para torres de concreto, orejetas, chapas soldadas para içamento das torres e armaduras. Todos esses produtos são processados em sua sede própria, dotada de maquinário de última geração, como corte a laser, puncionadeiras, forno, corte e dobra de solda, célula de solda robotizada, laboratório, tornos CNC e centros de usinagem.
Metalbrax
Na condição de visitante da edição 2016, e de expositor na próxima edição da feira, o CEO da fabricante de fixadores médios e pesados Metalbrax, Marcos Fernandes, se disse entusiasmado com este setor infraestrutural/energético. “Considero este momento chave, especialmente para empresas como a Metalbrax, que investiu e se preparou, mantendo- se firme mesmo neste período duro que a economia nacional está passando. A ‘crise’ é uma oportunidade para empreses reinventarem se em um funil de seleção natural para filtrar o mercado desleal. Possuímos todas as condições técnicas e certificações necessárias para produzir forjados para esta expansão da energia eólica, não só no Brasil como no exterior, algo que já fazemos em Oil & Gás e setor Naval, bem como na construção, em implementos agrícolas, automotivo e ferroviário, mineração, siderurgia e, mais do que nunca, em energia, seja ela hidro, solar e/ou eólica”, concluiu Fernandes.
Âncora
Agora presente no setor eólico com sua ampla de produtos para fixação em construção civil, a Âncora destacou no evento suas linhas de sistemas pré-instalados, com chumbadores ancoragens entre M12 e M52, para cargas leves e médias elevadas, chumbadores de içamento nas mesmas faixas e chumbadores de pré-instalação com 1/4 até 1,5 polegadas de diâmetro. Pós-instalados como o chumbador Codbolt (patente exclusiva Âncora), entre outros. Ancoragem química adesiva e outros itens estruturais com parafusos olhais, porcas sextavadas, arruelas lisas e barras roscadas, hastes e outros como fixação à pólvora, brocas, silicones, selantes.
“Destacamos aqui nossa condição de fabricante nacional, muito relevante porque nossos clientes não dependem das variações causadas por importações, o que nos permite manter fornecimentos ágeis e estáveis. Atuamos sob laudos dos laboratórios Falcão Bauer e o IPT. Disponibilizamos diversas informações essenciais em termos de capacidade de carga, resistência mecânica, de corrosão e impacto, tudo isso em nosso catálogo exclusivo para eólicos”, comentou o executivo Daniel Simioni.
Metaltork
Participante de outras edições da feira, o CEO da empresa, Ivan Reszecki, relatou que desde 2009 a Metaltork tem realizado maciços investimentos na construção de uma robusta planta industrial estruturada para atender com exclusividade o mercado eólico, estruturação que já é uma realidade.
A unidade fabril instalada na Grande SP, em Diadema, com máquinas, equipamentos e tecnologia com sua engenharia e pessoal altamente capacitado está em plena operação, liderando o setor e certifi cada CE, o que atesta que a Metaltork atende a legislação da União Européia, credenciando-a para fornecimento em toda Europa. “Nossa capacidade instalada está a altura das demandas por fixadores de aplicação eólica, dentro e fora do Brasil, como nas linhas de parafusos, porcas, arruelas, anchor bolts, bases de nivelamento e flanges para fundações, Barrel, buching e outros produtos que figuraram em nosso estande neste ano”, concluiu Reszecki, que já estava de malas prontas para expor na WindEnergy, feira global de energia eólica, realizada em Hamburgo, Alemanha, com mais de 1,2 mil expositores distribuídos entre 65 mil m² de pavilhão.
Rex
Em 2017 a Industrial Rex completará 60 anos no ramo de fixadores mecânicos. Talvez muitos não saibam que ela produz parafusos desde M4 a M72, em todas as classes de resistência e com modalidades de revestimentos.
“O grande diferencial da Rex é ter processos internos totalmente verticalizados, da fabricação ao tratamento térmico e de superfície, além de análises de matéria prima e qualidade. Isso nos garante rastreabilidade total e é isso que estamos demonstrando aqui, ao mercado eólico, setor que fornecemos desde 2012, quando estreamos junto à General Eletric. Dois anos depois, passamos a atender o Grupo Weg e, recentemente, a Gamesa. Nossos pontos de aplicação de parafusos e similares estão na estrutura e na ancoragem das torres, no machine head (aero gerador), na fixação das pás, nas partes internas e nos periféricos”, comentou Nelson Luiz, do departamento de Engenharia e Desenvolvimento.
“Além de termos as certificações normalmente exigidas no mercado, somos homologados CE, o que nos credencia para exportar ao continente europeu”, declarou Flávia Richter, departamento de Marketing da Rex.
Rudloff Wind
Há mais de 55 anos no Brasil, muito desse tempo focado na construção civil e na infraestrutura, a Rudloff criou uma divisão especificamente para oferecer produtos ao mercado eólico, naquilo que ela sabe bem que é a estruturação.
Assim nasceu a Rudloff Wind, que entra no mercado como um fabricante de fixadores e de funções integradas, dando ao cliente dentro de uma só fonte um amplo pacote de produtos e soluções, todos nacionais e de qualidade. Em qualquer tipo de obra em estruturas de concreto haverá a necessidade do encontro com fixação metálica, e aí que a Rudloff entra, com know how em ambos.
O fato da construção civil ter estado em baixa nos últimos 24 meses fez empresas procurarem outros mercados, caso da nossa entrevistada que dispõe há mais de 5 décadas unidade fabril na capital paulistana, e ainda conta com uma parceira espanhola, mais familiarizada com esta matriz energética dos ventos.
Executivos com atuação anterior no mercado europeu, Paulo Branquim de Carvalho (diretor) e Thomas Tutan (desenvolvimento de negócios) disseram que a linha de atuação está na fixação das áreas estruturais das torres, no concreto, na protensão e nos sistemas de aterramento. Mas seus produtos se destinam apenas ao setor eólico, sendo eles aplicáveis em outras modalidades da construção que demandem fixação.