Nata: Palavra com mais de um significado, sendo a mais comum “a parte gordurosa que se forma na superfície do leite”, daí a razão para termos como “a nata da sociedade, a nata do esporte, a nata da música” e outros que “estão por cima”, “no auge”. Em inglês, nata se traduz cream, mas em seu processo de desnatação chamamos de Skimming, que focamos aqui no contexto de Marketing.
O período de Skimming começa tempos após o surgimento de um novo produto ou serviço que, por sua vez, se mantém momentaneamente em destaque, com preços habitualmente elevados. A norte-americana Apple é um bom exemplo: ela começa com produtos no topo, tempos depois o mesmo entra em declínio e consequentemente tem queda nos preços, sendo suplantado por linhas de última geração. O estágio de Skimming finda na obsolescência absoluta, também com os preços reprimidos pelo o aumento da oferta. Voltando à nata, reencontramos o processo em continuidade com produtos inovados em plena efervescência e, momentaneamente, gerando confortáveis margens de lucro.
Indústria 4.0: No próximo ano lembraremos o pontapé inicial da industrialização global, considerada a partir do surgimento de uma máquina a vapor de última geração, pelas mãos do inglês James Watt, que em 1777 era a nata da tecnologia. Este período é convencionado como a era da Indústria 1.0, que foi sucedida em 1913 pela versão 2.0 a partir das metodologias de alta produtividade implantadas na Ford, nos EUA. Desde os anos 1970 vivemos a era da Indústria 3.0, capitaneada pela computação dentro e fora do chão de fábrica, mas que está prestes a ser sucedida pela versão 4.0, na qual a instrumentação industrial – sistemas de sensoriamento local de contagem, pressão e temperatura – emitirá dados para processadores inteligentes, que terão elevado grau de independência, na nuvem e cada vez com menos fios.
Wire: Por sua vez, a Indústria 4.0 foi a nata entre os temas dos participantes da feira de negócios Wire Düsseldorf, na Alemanha, ponto de encontro da nata da fixação global, onde são apresentadas fusões entre Cias e o que há de mais novo na produção industrial a partir do uso de arames como matéria prima. A Indústria 4.0 evoluirá até seus limites, entrando em Skimming até ser suplantada por outra, até o dia em que as máquinas farão autonomamente quase tudo, talvez excluindo até quem redigiu este texto.