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Persona
16/10/2015 12h45

Persona

 

No mesmo bairro, na mesma rua

 

Quando a economia nacional era mais fechada, até 1990, a concorrência se dava no Brasil entre empresas com as mesmas regras tributárias, trabalhistas, custo de matéria-prima etc. Isso ocorria até entre vizinhas do mesmo bairro, da mesma rua. No atual cenário, o bairro e a rua do concorrente, especificamente a Ásia, situa-se há mais de 18 mil km daqui, mas com regras bem mais flexíveis e liberais que as nossas. Somado ao “real nas nuvens” dos últimos anos, nossos concorrentes distantes nos aplicaram goleadas, embora a culpa de amarrar uma chuteira na outra seja toda nossa.

Apesar de não ser o câmbio o único fator de desequilíbrio da produção, ele tem sido o fiel da balança, especialmente a favor dos chamados Tigres Asiáticos: Coreia do Sul, Singapura, Taiwan e Hong Kong, este já anexado à China continental, que por sua vez é o verdadeiro Tigrão.

De uns dez anos para cá muitos de nós, neste caso fabricantes nacionais de fixadores, nos queixávamos, com razão, das importações que nos massacravam. Ao mesmo tempo viajávamos como nunca ao exterior, nos tornando sacoleiros globais, comprávamos automóveis importados e muitos outros produtos de fora, até então extremamente baratos. Mas, ao final de uma reta há sempre uma curva que pode determinar um novo caminho, ou até no total retorno de 180°. Com o real desvalorizado este caminho já está se invertendo, apesar da curva estar bem esburacada.

A despeito da queda em 2015 nas compras de máquinas e ferramentas para conformação de parafusos e outros, os fabricantes dessas linhas, praticamente todos do exterior, terão uma grande oportunidade. Os primeiros efeitos da procura por parafusos nacionais já se manifestam neste final de 2015, e em 2016 o novo ciclo terá maior impacto. Um exemplo disso já ocorre com o Chipboard, um parafuso especifico para madeiras e aglomerados, bem difundido aqui. No início deste ano, essa linha ainda estava muito atraente para importação, custando até 40% mais barato do que no Brasil. Hoje, com a elevação do dólar somado ao aumento da mão de obra asiática, o Chipboard produzido no Brasil já se encontra entre 10 e 15% mais em conta, fato jamais visto nos últimos anos. Neste novo cenário, nenhum fabricante sensato irá buscar fornecedores lá tendo opções realmente competitivas aqui, no mesmo bairro, na mesma rua.

 

Ricardo Castelhano
Advogado, diretor da Jomarca Industrial de Parafusos Ltda.
ricardo@jomarca.com.br

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