Empresa Edições on-line Fale Conosco
Edição 51
Busca::..
Edição 102
Edição 101
Edição 100
Edição 99
Edição 98
Edição 97
Edição 96
Edição 95
Edição 94
Edição 93
Edição 92
Edição 91
Edição 90
Edição 89
Edição 88
Edição 87
Edição 86
Edição 85
Edição 84
Edição 83
Edição 82
Edição 81
Edição 80
Edição 79
Edição 78
Edição 77
Edição 76
Edição 75
Edição 74
Edição 73
Edição 72
Edição 71
Edição 70
Edição 69
Edição 68
Edição 67
Edição 66
Edição 65
Edição 64
Edição 63
Edição 62
Edição 61
Edição 60
Edição 59
Edição 58
Edição 57
Edição 56
Edição 55
Edição 54
Edição 53
Edição 52
Edição 51
Edição 50
Edição 49
Edição 48
Edição 47
Edição 46
Edição 45
Edição 44
Edição 43
Edição 42
Edição 41
Edição 40
Edição 39
Edição 38
Edição 37
Edição 36
Edição 35
Edição 34
Edição 33
Edição 32
Edição 31
Edição 30
Edição 29
Edição 28
Edição 27
Edição 26
Edição 25
Edição 24
Edição 23
Ediçao 22
Edição 21
Edição 20
Edição 19
Edição 18
Edição 17
Edição 16
Edição 15
Edição 14
Edição 13
Edição 12
Edição 11
Edição 10
Edição 09
Edição 08
Edição 07
Edição 06
Edição 05
Edição 04
Edição 03
Edição 02
Edição 01
empresa
contato
Entrevista
13/05/2015 09h51

 Entrevista

 

Paulo Solimeo, presidente do SINPA  

 

Sindicato das indústrias de fixadores tem novo presidente após 12 anos  

 

Paulo Solimeo é formado em Ciências Contábeis e Economia. Paulistano, começou a trabalhar aos 14, na Associação Comercial de São Paulo. Após a faculdade, trabalhou na KPMG e em indústrias automotivas como a Ford, Scania e Iveco. Após passar pelos cargos de supervisão de desenvolvimento de concessionárias, gerência de logística e entrar para o corpo diretivo da Iveco, seguiu para o ramo de aquisição e reestruturação de empresas. Trabalhou na área de telecomunicações até receber um convite do Grupo Fontana. Após a Acument ser adquirida pela Fontana, em julho de 2014, Solimeo começou a participar das reuniões do sindicato, até ser nomeado para a presidência a partir de 2015. Nesta entrevista, ele nos contou o que podemos esperar para esta nova gestão. Confira.  

RP: Como foi chegar à presidência do SINPA?

Paulo Solimeo: Comecei a comparecer nas reuniões pra começar a conhecer, desde outubro de 2014. Começamos a perceber os problemas que tinham no mercado, a tratativa com os clientes (que é diferente com o que lidamos na Europa). O aço, por exemplo, você possui quantidade de oferta muito menor do que se tem lá fora, onde é possível negociar com vários players. Por isso, comecei a participar de forma ativa para tentar melhorar aos poucos a situação.

É natural que uma nova gestão implique em mudanças. Poderia apontar algumas?

O primeiro passo é intensificar e ampliar a união. O segundo passo é trazer de volta quem saiu. Este é um sindicato patronal, é natural que tenhamos concorrentes. Queremos maior proximidade com outros sindicatos patronais e, através de negociação, chegarmos a uma questão consensual que favorecerá também ao nosso segmento.  

Eu diria que pegamos o sindicato em um péssimo momento da economia, principalmente para nós que possuímos boa parte dos clientes fornecedores da indústria automotiva. Temos acordos de redução de jornada em algumas montadoras, outras com funcionários em greve, paralisações já definidas em outras, e tudo isso impacta diretamente. Quanto maior o número de associados, mais representativo você se torna. E precisamos dessa base para começar.

Quais as principais medidas a serem adotadas para atender os interesses dos associados?

Temos ideias e propostas que devem ser aprovadas antes de praticadas. O sindicato tem que agir de forma politica, analisar as questões macroeconômicas, que podemos interferir pouco, mas é alguma coisa, e principalmente as questões microeconômicas, voltadas ao nosso segmento, que é relacionamento com fornecedores, clientes, código de conduta e ética entre associados, prática de concorrência leal. Pretendemos elaborar algumas ações conjuntas, cobrir contas, que se abrange bastante em sindicatos. Com a indústria automotiva, por exemplo, somos muito cobrados.

Iremos também investir em micro ações, para dar resultado em curto prazo. Pensamos em um trabalho mais itinerante, mais visitas às empresas, elaboração de workshops regionais para captação de novos associados, isso já para o 2º semestre desse ano.  

São 44 empresas associadas e 450 sindicalizadas e o objetivo é captar mais.  

Com quantas empresas associadas e sindicalizadas essa gestão começará? Podemos esperar uma ampliação desse número?

São 44 empresas associadas e 450 sindicalizadas. O objetivo é captar mais, o sindicato se torna forte pelo número de representados que tem. Queremos criar uma massa muscular pra poder pleitear.

Podemos considerar que nessa busca por mais associados irá abranger mais setores, além do automobilístico?

Sim, tudo o que tiver relacionado a produção de fixadores. Temos que fazer um trabalho de inserção, trazê-los para ganharmos força. Temos que crescer a base, abrangendo todos os segmentos. Diria que o setor automotivo, separado do mercado total, é o que tem uma menor representatividade em termos de volume produzido, mas com valor agregado maior, claro. Quero desmitificar que o sindicato representa somente o segmento automotivo. Sou a favor da livre concorrência de mercado, desde que tenham situações econômicas e regras iguais, coisa que ainda não existe. Protecionismo é péssimo.

O que você poderia destacar de grandes feitos pela gestão anterior?

O trabalho realizado foi bem feito durante esses 12 anos. Tinha um enfoque mais politico e macroeconômico, mudaram a base de cálculo do ICMS para empresas de São Paulo, negociações sindicais bem feitas. Acredito que a diferença é que vamos fazer ações específicas e pontuais. Varias ações pequenas com prazos definidos. Acreditamos que dividindo informações e estoque com os associados tenhamos um resultado mais rápido.

Mesmo com essas diferenças é uma gestão de continuidade, pois a diretoria não muda somente a pessoa que está a frente. Cabe a mim acatar as ideias e viabilizá-las junto à diretoria.  

Podemos exportar, mas não é um problema só no nosso segmento, é na indústria em geral  

Você acha que ainda podemos exportar fixadores?

Sim. Hoje a Acument, por exemplo, exporta para a Argentina e Índia. São números pequenos. Podemos exportar, mas não é um problema só no nosso segmento, é na indústria em geral. O câmbio ajuda, mas não é o principal fator. São as condições desfavoráveis do mercado financeiro.

A grande diferença da China, por exemplo, é que ela começou a ter um volume grande interno 20 anos depois que começou a exportar. Agora eles começaram a exportar menos. O Brasil tem que caminhar muito ainda pra chegar lá.

Muitos dos países do setor industrial de fasteners têm a sua feira, e o Brasil parece que caminha para não tê-la mais. Qual a sua opinião a respeito?

Acho péssimo. Feira gera divulgação do produto e business. Eliminar uma feira dedicada ao segmento que é importante – e já foi mais representativo – é péssimo. Isso reforça que o setor precisa de união. O sindicato serve para brigar pelo segmento. Quando não se tem sindicato, vai se isolando.

Durante o Senafor (seminário anual de forjamento), um palestrante disse que as forjarias brasileiras quebrariam no mercado europeu. Pensas o mesmo sobre o mercado de fixadores?

A questão é que, infelizmente, o parque industrial não possui igualdade de condições e questões tributárias para competir lá fora.

Para finalizar, em 2003 a média do dólar esteve em R$ 3,2. Hoje, pelo IGPM, seria de R$ 6,30. Acredita que o dólar a R$ 3,00 está bom ou uma maior depreciação do real pode salvar a produção nacional?

Adequado não está. Câmbio é um dos fatores. Se você tivesse outras condições, como financiamento para exportação, desoneração para indústria interna, para ser mais competitiva, o câmbio influenciaria muito menos que do influencia hoje. Nas atuais condições, ele ainda é insuficiente.  

Paulo Solimeo
COMPARTILHE
CONTEÚDO DA EDIÇÃO

TAGS:
revistadoparafuso@revistadoparafuso.com