40 Anos da Schuster
Em 2010, a Prensas Schuster comemora 40 anos de vida. Uma história que por pouco terminou na década de 1990, e hoje, depois da recuperação, supera as expectativas de seus fundadores e traça um crescimento de 50% para 2010 e os anos seguintes
Prensas de alta tecnologia para produção de parafusos
Uma trajetória de “se tirar o chapéu”! Aos 40 anos, desde a sua fundação, a Prensas Schuster contou em detalhes para a Revista do Parafuso como foi a sua caminhada ao longo desse período, marcada por altos e baixos. Uma história que começou na fábrica de parafusos Santa Rosa (na época situada no bairro do Gasômetro, em São Paulo, SP), de propriedade da mítica Rainha Elisabeth. Dentre os 500 funcionários, estava George Schuster (imigrante da Iugoslávia), que depois de anos de firma, teve a oportunidade de conhecer a rainha em sua única visita ao Brasil.
Carlos e George Schuster, os fundadores
Trabalho
Quando a Santa Rosa encerrou as atividades, o patriarca da família Schuster adquiriu algumas máquinas e, ao lado do filho, Carlos Schuster, iniciou sua própria produção de parafusos: nascia a Metalúrgica Schuster, no bairro da Vila Leopoldina, SP.
Porém, os equipamentos constantemente apresentavam problemas, até que durante a passagem de Ano Novo, enquanto soltavam-se fogos de artifícios, Carlos estava embaixo de uma das máquinas consertando o problema. Aquele foi o dia fatídico que deu origem a um novo caminho aos Schuster.
Aborrecido, Carlos disse ao pai: “Ou fazemos uma máquina decente, com fácil acesso, ou arrumarei outro emprego”. George respondeu: “Então, vamos fazer”.
E no dia seguinte, pai e filho estavam engajados no desenvolvimento de um projeto que demorou um ano para ser concluído: uma máquina que trouxe algumas facilidades, como por exemplo, regulagem externa, entre outras inovações. Feito isso, “as dores de cabeça” acabaram, e deram continuidade a sua produção de parafusos (para motos, em especial, a Lambreta). Contudo, o melhor ainda estava por vir! O empresário Arno Bernardes, de Blumenau, SC (hoje, Blufix), soube do feito e fez um pedido de compra de uma máquina similar. Os Schuster tentaram se esquivar do assédio (visto que este não era o ramo deles), mas Bernardes insistiu e fez o pagamento à vista.
Foi impossível recusar e lá se foi mais um ano para a produção. Só que, neste período, devido o enorme trabalho que tiveram (e consequente prejuízo), decidiram que não aceitariam mais nenhuma outra solicitação. Passados dois meses, Bernardes voltou a pedir mais duas máquinas. Para “espantar” o cliente, pai e filho passaram o dobro do valor negociado anteriormente. Mas a grande e grata surpresa foi que Bernardes aceitou a proposta e, mais uma vez, fez o pagamento à vista.
Desta forma, em 1970, George e Carlos perceberam o grande filão que ali existia e optaram por dedicar-se a produção de máquinas. Tornaram-se a segunda fábrica de prensas e laminadoras automáticas (a primeira foi a Mecânica Gráfica, que fazia prensas e laminadoras manuais). A nova atividade exigiu uma mudança de local, e para isso, adquiram um terreno em Jundiaí, SP, e construíram um galpão, onde ficaram por 28 anos. Carlos teve quatro filhos, três homens e uma mulher, mas apenas Mauro Schuster desenvolveu o gosto pelo negócio da família, onde começou a trabalhar ainda pequeno.
“Maus lençóis”
Em 1994, a Prensas Schuster passou por uma terrível crise. Durante o governo do ex-presidente Fernando Collor de Melo, a empresa sofreu demais com a abertura do comércio exterior. A entrada das máquinas chinesas e a queda do dólar (que chegou a R$ 1,00 para U$ 1,00), por exemplo, culminaram na interrupção das atividades. Os 32 funcionários foram indenizados e dispensados – o colaborador com menos tempo de Schuster possuía 18 anos de trabalho.
Por amor
Em 1996, Mauro retomou as atividades em Itupeva, SP, com usinagem de peças. Além disso, começou a desenhar um recomeço para a produção de prensas. Mas foi em 1999 (quando conheceu Iara, hoje sua esposa e sócia), que a nova fase da Prensas Schuster fardou-se ao sucesso. Na ocasião, a Schuster estava em fase de reestruturação, e a confiança e a garra de Iara foram os fatores predominantes para a vitória que alcançou. Eles iniciaram um relacionamento, onde “logo de cara”, Iara “abraçou a causa” e foi trabalhar com o namorado.
Logo, o empreendedor mudou-se para Cabreúva (Iara é natural deste município paulista). Comprou uma área perto do sítio do pai da moça para a construção de um galpão – o que foi imprescindível para aliviar as contas.
Vitória
Em Cabreúva, a Schuster se fez e cresceu. A compra dessas terras foi o “start” para um presente e futuro promissor, na qual o passado ficaria enterrado para sempre. Hoje, com 16 funcionários, a Schuster atende fabricantes de parafusos, fixadores, rebites e peças especiais de todo o Brasil. “Produtos que antes eram usinados, agora, saem estampados, sem perda de material e mais, com produção triplicada”, declarou Mauro.
Tal foi o seu crescimento, que em 2007, registrou-se produção de 10 máquinas; 2008: 20 máquinas; 2009: 24 máquinas; e a previsão para 2010, é de 48 máquinas, em um crescimento de 50% na produção, graças aos benefícios concedidos pelo BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. “Vivemos nosso melhor momento. Completamos 40 anos fabricando máquinas de multiestágios, e contando com o apoio do BNDES em financiamentos pelo Finame.
Isso ajuda nossos clientes na aquisição de máquinas em até dez anos para pagamento, com uma taxa de 4,5% ao ano e até dois anos de carência”, salientou.
Finame é o programa de financiamentos para produção e aquisição de máquinas e/ ou equipamentos novos, de fabricação nacional.
O sucessor de George e Carlos tem desenvolvido com êxito o “dever de casa”, e valoriza cada suor derramado pelo pai e avô, nos primórdios da Schuster. Entretanto, ele ainda quer mais: deseja montar a fábrica dentro dos padrões de qualidade europeu e produzir máquinas CNC.
“Para realizar um sonho é preciso acreditar nele e batalhar honestamente para alcançá-lo. Agradecemos aos nossos pais, funcionários, clientes e amigos, que acreditam em nosso trabalho”, encerrou Mauro.
Detalhes importantes
A Schuster desenvolve todos os projetos através de software 3D, e é Mauro quem cria e desenha todos os mecanismos, adaptações, soluções e alterações, contando sempre com o suporte de engenheiros e desenhistas da área.
O casal está atento a todas as consequências que cada máquina pode ocasionar ao meio ambiente e aos trabalhadores, por este motivo, sempre faz adaptações que levem bem estar aos operadores das máquinas, como também, menor impacto, ou até mesmo impacto zero a natureza, como por exemplo, minimizando ou extinguindo emissão de fumaça, barulho, calor etc. Além disso, o diretor da Schuster oferece treinamentos aos operadores de máquinas.
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