GESTÃO & NEGÓCIOS
A Guerra da Metodologia Científica
Em época de tantas manifestações no Brasil, não há como fugir demais um ponto de vista; mais uma reflexão. A melhor que já escutei, na qual concordo, é que quem achar que entendeu tudo está enganado. Já dizia Freud: “Nunca tenha certeza de nada, porque a sabedoria começa com a dúvida”. Não posso, neste breve artigo, resumir a teoria da Metodologia Científica, mas posso sugerir ao leitor que faça uma breve pesquisa no Google para relembrar alguns conceitos, sobretudo os termos grifados, que facilitarão a compreensão deste texto.
O povo é empírico; sábio, mas empírico. Sabe que “há algo de podre no Reino da Dinamarca” - (Shakespeare). Não se espera soluções acadêmicas do povo. Este sente que a vida não vai bem e reclama das coisas que mais os afligem.
O Governo, em suas expressões executiva, legislativa e judiciária, embora contaminado ou dominadopor acéfalos, tem, em seu segundo escalão, muitas cabeças pensantes; gente brilhante para o bem e para o mal.
Entre outras, a base do conhecimento está no domínio da Metodologia Científica cujos elementos principais são: o problema, a proposta, realização de experiências, análise dos resultados, interpretação e conclusões.
Para o povo brasileiro o problema é, em resumo, a baixa qualidade de vida. Para o Governo o problema são as manifestações.
Para o povo a solução seria melhorar a qualidadede vida. Para o Governo a solução é acabar com as manifestaçõ e se voltar a índices aceitáveis de aprovação.
Cientificamente não há uma única solução para dois problemas; simples assim. Então como resolver? Ora, é só usar a retórica e a indução fazendo o povo deduzir que um plebiscito ou um referendo é a solução de todos os males.
Se você se dedicou a pesquisar para melhor entendereste texto, deixo uma pergunta no ar: Em 1949 o povo alemão foi separado em dois países; 40 anos depois havia uma Alemanha próspera e outra decadente. Quem é o culpado? Governo ou povo?
Hans Müller é sócio-diretor da White Oak Marketing
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