Empresa Edições on-line Fale Conosco
Edição 39
Busca::..
Edição 102
Edição 101
Edição 100
Edição 99
Edição 98
Edição 97
Edição 96
Edição 95
Edição 94
Edição 93
Edição 92
Edição 91
Edição 90
Edição 89
Edição 88
Edição 87
Edição 86
Edição 85
Edição 84
Edição 83
Edição 82
Edição 81
Edição 80
Edição 79
Edição 78
Edição 77
Edição 76
Edição 75
Edição 74
Edição 73
Edição 72
Edição 71
Edição 70
Edição 69
Edição 68
Edição 67
Edição 66
Edição 65
Edição 64
Edição 63
Edição 62
Edição 61
Edição 60
Edição 59
Edição 58
Edição 57
Edição 56
Edição 55
Edição 54
Edição 53
Edição 52
Edição 51
Edição 50
Edição 49
Edição 48
Edição 47
Edição 46
Edição 45
Edição 44
Edição 43
Edição 42
Edição 41
Edição 40
Edição 39
Edição 38
Edição 37
Edição 36
Edição 35
Edição 34
Edição 33
Edição 32
Edição 31
Edição 30
Edição 29
Edição 28
Edição 27
Edição 26
Edição 25
Edição 24
Edição 23
Ediçao 22
Edição 21
Edição 20
Edição 19
Edição 18
Edição 17
Edição 16
Edição 15
Edição 14
Edição 13
Edição 12
Edição 11
Edição 10
Edição 09
Edição 08
Edição 07
Edição 06
Edição 05
Edição 04
Edição 03
Edição 02
Edição 01
empresa
contato
Entrevista
17/05/2013 04h12

 ENTREVISTA

 

  Laura Laganá fala sobre o ensino técnico industrial do Centro Paula Souza    

 

Diretora da instituição que comanda as Etecs e Fatecs explica como funciona o ensino no Estado de São Paulo e qual a sua importância para a indústria  

 

Com mais de trinta anos de experiência na área da educação, Laura Laganá é formada em Licenciatura e possui Bacharelado em Matemática, complementados com Pedagogia e Administração Escolar. Cursou Especialização em Planejamento e Gestão da Educação Profissional na Faculdade de Educação da Unicamp. Está no Centro Paula Souza desde 1982, onde foi professora de matemática, coordenadora de ciências e matemática, diretora de unidade, coordenadora de Ensino Técnico e chefe de Gabinete. Desde 2004, é diretora superintendente da instituição, cargo que exerce pelo terceiro mandato consecutivo.

Em entrevista à Revista do Parafuso, Laura Laganá descreve qual a abrangência e importância do centro para a indústria, já que os primeiros cursos oferecidos foram nas áreas de construção civil e mecânica.  

O que é o Centro Paula Souza? O que faz, quais suas atividades e objetivo de educação?

Laura Laganá - O Centro Paula Souza é uma autarquia do Governo estadual vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, responsável por administrar os Ensinos Técnico (nível médio) e Tecnológico (superior) no Estado de São Paulo. Um dos objetivos do Centro é apoiar o desenvolvimento econômico, de acordo com as vocações regionais, fortalecendo os Arranjos Produtivos Locais (APLs), formados por grupos de empresas locais.

A instituição administra 211 Escolas Técnicas (Etecs) e 56 Faculdades de Tecnologia (Fatecs) estaduais, além de 290 classes descentralizadas – unidades que funcionam com um ou mais cursos técnicos em parceria com a Secretaria da Educação do Estado, prefeituras ou empresas, sob a supervisão de uma Etec. As Etecs atendem cerca de 220 mil estudantes no Ensino Técnico, Técnico integrado ao Médio, e Médio. Atualmente, são oferecidos 120 cursos técnicos com duração média de 3 semestres para os setores Industrial, Agropecuário e de Serviços em 285 municípios do Estado de São Paulo. As 56 Fatecs estão distribuídas em 51 municípios paulistas. São mais de 61 mil alunos matriculados nos 65 cursos de graduação tecnológica – que têm uma carga horária de 2.400 horas, com três anos de duração.

Desde quando o centro vem contribuindo para a educação técnica no Brasil?

O Centro Paula Souza foi criado em 1969 – há 44 anos. Os primeiros cursos oferecidos foram nas áreas de construção civil e mecânica. As primeiras Fatecs criadas e integradas foram em Sorocaba, em 1970, e São Paulo, em 1973. Em 1980, teve início o ensino técnico, com incorporação de seis escolas técnicas.

Como é o regimento da Fatec e quais os seus objetivos?

Como elas foram criadas nos anos 1970, cada uma tinha seu regimento. Em 2006, isso foi unificado, dando origem ao que é utilizado atualmente.

Os objetivos principais da Fatec são: ministrar cursos superiores de tecnologia; formar pessoal docente destinado ao ensino técnico e ao ensino tecnológico; desenvolver e promover a cultura e a tecnologia por meio do ensino e da pesquisa; estender à comunidade outras atividades de ensino não contempladas pelos itens acima, serviços especiais e resultados de pesquisas.

O que o setor industrial deve saber e esperar do ensino técnico do Centro Paula Souza?

É importante primeiro diferenciar o ensino técnico – de nível médio, ministrado nas Escolas Técnicas, Etecs – e o ensino superior tecnológico, das Faculdades de Tecnologia, Fatecs. Segundo o Sistema de Avaliação Institucional do Centro Paula Souza, 92% dos tecnólogos formados pelas Fatecs estão empregados, até um ano após a conclusão do curso, enquanto nas Etecs a empregabilidade é de 79%.

Em relação às Fatecs, são oferecidos cinco cursos no eixo de Produção Industrial e mais nove no de Controle de Processos Industriais, além dos cursos de Produção Industrial, Gestão da Produção Industrial e Soldagem. São habilitações relacionadas ao processo de transformação da matéria-prima, programação e controle da produção, operação do processo, gestão de qualidade e aprimoramento tecnológico.

Os cursos tecnológicos do Centro Paula Souza possuem carga horária mínima de 2.800 horas incluindo estágio em empresas e trabalho de graduação. Ao frequentar laboratórios bem equipados, muitas vezes em parceria com empresas que auxiliaram no desenvolvimento do currículo do curso, e aulas teóricas com professores capacitados, o tecnólogo formado nas Fatecs está focado na área do mercado de trabalho que escolheu.

No Brasil, muitos dizem que a matéria Elementos de Máquinas, do curso de Engenharia Mecânica, está defasada e que não existem cursos específicos sobre fixação. A Fatec possui  planos para implantar um cursovoltado para esse segmento?

Os cursos do Centro Paula Souza são elaborados em parceria com representantes dos setores produtivos, entidades e empresas, de acordo com as demandas de cada município ou região do Estado de São Paulo. A instituição tem interesse em elaborar uma capacitação na área de fixação e, para tanto, é importante estabelecer uma parceria com o setor, que deve indicar especialistas para uma conversa inicial com o Centro Paula Souza, para posteriores definições sobre o formato do curso.

Na sua opinião, quais os maiores desafios para formar mão de obra especializada para a indústria no geral?

E no setor de fixação? Um dos desafios é promover o desenvolvimento das competências sempre adequadas às necessidades da indústria que pretende atender. Para isso é importante promover o equilíbrio entre o conteúdo técnico tradicional, aquele que oferece o conhecimento básico da ciência em questão e, por outro lado, oferecer condições de qualificação para novas tecnologias em sintonia com o mercado. Outro ponto importante é atender a indústria que cada vez mais considera as características pessoais e comportamentais no momento da seleção dos profissionais. Os valores e as relações pessoais entre alunos, professores e funcionários são fatores de forte influência no desenvolvimento dessa cultura.

Para o setor de fixação, assim como em outros setores específicos da indústria, os maiores desafios, além daqueles já mencionados anteriormente, se referem ao nível de desenvolvimento tecnológico atual. Novas tecnologias podem surgir e tornar obsoletos soluções e produtos que até então estavam bem posicionados no mercado, em curto espaço de tempo. Assim, é fundamental que a instituição de ensino foque o conteúdo técnico tradicional, aquele que oferece o conhecimento básico da ciência e que será o alicerce do futuro profissional. O conteúdo programático deve ser equilibrado entre teoria e prática, preparando o aluno para ser protagonista nesse processo de desenvolvimento tecnológico.  

Laura Laganá

gds@centropaulasouza.sp.gov.br

COMPARTILHE
CONTEÚDO DA EDIÇÃO

TAGS:
revistadoparafuso@revistadoparafuso.com