Editorial
Aberta a temporada de caça aos monstrengos
Se as nossas casas pegam fogo é natural sermos socorridos pelos bombeiros. Para existência e disponibilidade deste serviço para a sociedade são necessários recursos materiais, entre eles os salários dos seus membros. Sob este exemplo, lembramos-nos da importância vital do pagamento de impostos às autoridades públicas, afinal este dinheiro é o que faz existir serviços como este.
Tudo bem que esta introdução parece mera obviedade, mas os textos desta seção, ao longo do tempo, sempre criticaram o mau uso dos recursos públicos, os exageros na carga tributária e os efeitos nefastos para a sociedade e o próprio governo, porém jamais questionou sua indispensável existência.
Falando dos governos no Brasil, eles foram criando impostos que podemos até acreditar que alguém ali tinha boas intenções. Exemplo disso foi a CPMF, criada para “solucionar problemas na área da Saúde”, que logo se revelou um monstrengo.
Os monstrengos nascem assim: um grupo traz uma “boa ideia”. Quando ela é colocada em prática descobre-se que alguns de seus efeitos tornam as coisas piores do que estavam. Um exemplo disso ocorreu num país vizinho ao nosso, cerca de quatro anos atrás, onde próximo ao aeroporto havia muitas residências habitadas, mas inacabadas. Um grupo de jornalistas que acompanhava uma equipe brasileira de futebol, que iria jogar ali, notou a situação das residências e descobriu que o governo local, na melhor das intenções, criou um imposto para onerar proprietários de casas desde que elas estivessem prontas. Portanto, acabamento, nem pensar. Todos perderam.
Quando este texto foi escrito, haviam sido anunciadas novas desonerações pelo governo federal, que pode não ser a temporada de caça que intitula esta seção, mas já é um sinal positivo. Viva.
Ainda sobre os textos aqui publicados, alguns deles trouxeram a influência da obra “O Príncipe”, o mais famoso livro de Nicolau Maquiavel, que completa 500 anos em 2013. Para aqueles que ainda não conhecem esta obra, não se assustem com os cinco séculos de sua criação, pois ele é bem atual.
Boa leitura!
Sérgio Milatias
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