Editorial
O país das jabuticabas melhorou, apesar dos
20.759.903.275.651% de inflação
Ao lerem esta coluna, principalmente os mais jovens, muitos talvez não saibam, em detalhes numéricos, o que vivemos entre 1980 e 1995. Neste período, o Brasil - segundo o documentário Laboratório Brasil, da TV Câmara, acumulou uma inflação de “vinte trilhões, setecentos e cinquenta e nove bilhões, novecentos e três milhões, duzentos e setenta e cinco mil e seiscentos e cinquenta e um” por cento de inflação. Nós, os mais velhos, sabíamos do ocorrido, mas não detalhadamente com estes, insanos, números.
Parece ficção, mas é de conhecimento geral que comprar um telefone era tão caro e difícil que se tornava um patrimônio, ao ponto de ser incluído como item de herança. Haviam consórcios para compra de linhas, como existe hoje para aquisição de carros, imóveis etc. O presidente da República que deixou o cargo em 1990 legou cerca de 80% de inflação ao mês. Até onde sabemos, essas coisas exóticas só existiam por aqui, como a jabuticaba, fruta genuinamente brasileira.
A passagem acima decorre em razão das frequentes notícias sobre crise na Europa, EUA etc., onde as coisas estão difíceis. Mas será que estes quinze anos que vivemos a hiperinflação não foi pior?
Por outro lado, muitos cenários estão melhorando por aqui, mas há vários desencontros. Durante o Senafor, as forjarias alertaram – ou melhor, gritaram – que a produção industrial de automóveis e autopeças, por exemplo, aumenta, mas os componentes que ali estão não são feitos aqui devido ao “custo Brasil”. Um exemplo disso foi citado durante a palestra do diretor da indústria de ônibus Marcopolo, Antônio Martins, que compõe a equipe de Jorge Gerdau no governo Dilma Roussef. Ele citou o custo da viagem de um container entre China e Brasil, que é de 2,7 mil dólares (17 mil km). O mesmo container, ao ser transportado entre o porto de Santos - SP e a capital, chega a 2,5 mil dólares (cerca de 80 km). Assim não dá...
Ainda bem que os novos tempos estã sendo favoráveis por aqui, com muitas obras, novos negócios, novas feiras de negócios, professores brasileiros recebendo premiações inéditas, como na seção Entrevista, novas empresas focando mais o País, como a gigante mundial Alcoa, que passa a ter uma maior atuação no mercado de fixadores.
De nossa parte, além de criarmos uma nova seção chamada “Persona”, a novidade é que passamos a disponibilizar a Revista do Parafuso para todos usuários de tablets e smartphones (sistemas iOS e Android), e você pode baixar as edições através da Apple Store e Google Play.
Boa leitura!
Sérgio Milatias
milatias@revistadoparafuso.com.br
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