Empresa Edições on-line Fale Conosco
Edição 24
Busca::..
Edição 102
Edição 101
Edição 100
Edição 99
Edição 98
Edição 97
Edição 96
Edição 95
Edição 94
Edição 93
Edição 92
Edição 91
Edição 90
Edição 89
Edição 88
Edição 87
Edição 86
Edição 85
Edição 84
Edição 83
Edição 82
Edição 81
Edição 80
Edição 79
Edição 78
Edição 77
Edição 76
Edição 75
Edição 74
Edição 73
Edição 72
Edição 71
Edição 70
Edição 69
Edição 68
Edição 67
Edição 66
Edição 65
Edição 64
Edição 63
Edição 62
Edição 61
Edição 60
Edição 59
Edição 58
Edição 57
Edição 56
Edição 55
Edição 54
Edição 53
Edição 52
Edição 51
Edição 50
Edição 49
Edição 48
Edição 47
Edição 46
Edição 45
Edição 44
Edição 43
Edição 42
Edição 41
Edição 40
Edição 39
Edição 38
Edição 37
Edição 36
Edição 35
Edição 34
Edição 33
Edição 32
Edição 31
Edição 30
Edição 29
Edição 28
Edição 27
Edição 26
Edição 25
Edição 24
Edição 23
Ediçao 22
Edição 21
Edição 20
Edição 19
Edição 18
Edição 17
Edição 16
Edição 15
Edição 14
Edição 13
Edição 12
Edição 11
Edição 10
Edição 09
Edição 08
Edição 07
Edição 06
Edição 05
Edição 04
Edição 03
Edição 02
Edição 01
empresa
contato
Editorial
28/02/2011 04h56

Editorial

 

A gestão da riqueza

 

Podemos considerar, de forma simplificada, o termo“riqueza” como: situaçãodeabundância, onde um cidadão possui muitos bens materiais como dinheiro, automóveis, imóveis etc. No caso de uma nação, riqueza poderia ser considerada a posse em fartura de recursos naturais, podendo extrair, processar consumir e/ou vender.

Mas, infelizmente, a tendência é desta abundância de recursos naturais enfraquecer a criação de outras riquezas, proveniente do desenvolvimento humano e tecnológico, algo não incomum. Exemplos não faltam aqui e no mundo, e citamos então a Coréia do Sul, que poderia ser uma nação pobre, já que não tem petróleo, uma Amazônia ou extensas praias paradisíacas. Porém, não é bem assim...

Na década de 1970, a Coréia e o Brasil estavam equiparados em níveis de desenvolvimento, ou seja, ambos bem abaixo de onde se encontram hoje. Entretanto, atualmente, a nação asiática está muito à nossa frente em IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), alta tecnologia e outros indicativos. Qual marca genuinamente brasileira é referência em alta tecnologia no mundo, como a Hyundai (que, além fabricar automóveis tem o maior estaleiro do mundo), Samsung ou LG?

No Brasil, quando o assunto é a dinâmica produtiva e/ou recordes de exportações fala-se, apenas, em café, grãos, bois, frangos, minério de ferro etc. Isso é bom, mas é só. Aqui, queiram ou não, essa cultura agro-extrativista colonial ainda é predominante, antes, durante e depois da chegada da Família Real ao País, fato este ocorrido em 1808 em razão de um velho plano da Corte Portuguesa em proteger as fartas terras descobertas e pouco desenvolvidas no continente americano. Mas o estopim desta decisão foi gerado por Napoleão Bonaparte (1769-1821).

Segundo o livro 1808, de Laurentino Gomes, a Corte Real Brasil-Portugal era composta por pessoas que rodeavam os soberanos, e, trabalhando ou não, era grande demais, cara e corrupta. Quando aqui chegaram somavam cerca de 15 mil pessoas – vivendo as custas do ouro, diamante, madeira e cana extraída das colônias – sendo que nos EUA, já independente e republicano, o governo funcionava com cerca de 1,5 mil pessoas.

Todos os membros da Corte viviam pendurados nos empregos e benefícios públicos, sugando um sistema extrativista, subdesenvolvido, descompromissado com o futuro, enquanto na Inglaterra a invenção da máquina a vapor (criação de James Watt, 1736-1819) alavancava a Revolução Industrial.

Nossos governantes e legisladores deste período já praticavam inúmeras ações que culminavam em entraves que inviabilizavam o desenvolvimento produtivo e comercial, como proibição da imprensa livre, poucos investimentos no ensino, altas cobranças tributárias, aumentos dos próprios ganhos e muito mais. Aliás, quem acompanhou os noticiários das últimas semanas percebeu que 200 anos não foram suficientes para mudanças profundas.

Aqui, nos dias atuais, parece que a fórmula ainda é semelhante, ou seja, sugar, mesmo que isso destrua a indústria nacional, através de asfi xia por exagero na tributação e burocracia. Eles [governantes] precisam entender que vale mais arrecadar 1% de alguma coisa do que 10% de nada. Não há riqueza que suporte a má gestão, mesmo com farta arrecadação.

Lembremos que a asfi xia causada pela alta tributação e sua consequente má gestão foi a real causa de inúmeras revoluções, como a Inconfi dência Mineira e, principalmente, da Revolução Francesa. Alías, Napoleão Bonaparte reorganizou a França após sua revolução, fortaleceu e saneou o Estado e foi decisivo na extinção das Cortes Monarquicas, além de redesenhar o mapa europeu. Bem diferente do ocorrido no Brasil. Esse era o “cara”!

Boa leitura!
Sérgio Milatias
milatias@revistadoparafuso.com.br

 

COMPARTILHE
CONTEÚDO DA EDIÇÃO

TAGS:
revistadoparafuso@revistadoparafuso.com