ABTS promove, em março, apresentação sobre o uso de tratamentos superficiais isentos de cromo hexavalente. O tema foi abordado por Mauro Leonel Gorrasi, gerente da Dörken do Brasil.
Para abrir o triênio (2007/2010) sob o comando de seu novo presidente, Antônio Carlos de Oliveira Sobrinho ABTS (Associação Brasileira de Tratamentos de Superfície) promoveu, entre outros eventos, uma palestra sobre revestimentos organometálicos, em março. O responsável por abordar o tema “Utilização de Revestimentos Organometálicos na Substituição de Tratamentos Superficiais com Cr VI” foi Mauro Leonel Gorrasi, gerente da Dörken do Brasil. A empresa desenvolve e fabrica tecnologias para tratamentos superficiais de proteção à corrosão. Recentemente, a Dörken lançou o Delta-Protekt KL 100 e a selagem posterior Delta-Protekt VH 300. Gorrasi abriu a palestra comentando os atuais sistemas e destacou a necessidade de substituir o cromo hexavalente ou CrVI pelo cromo trivalente. A Revista do Parafuso foi conferir a apresentação e traz, a seguir, uma síntese dos principais pontos
Situação inicial
De acordo com decreto da União Européia, referente aos resíduos eletrônicos, o uso de Cr(VI) para efeito de proteção anti-corrosiva de fixadores utilizados na indústria automobilística passou a ser proibido, em 2005. No Brasil, as peças novas contam com o emprego de sistemas isentos de Cr(VI) e aquelas utilizadas em componentes projetados antes da determinação começaram a ser adequadas em janeiro de 2006. O planejamento de alterações amplas de todas as peças de série correntes foi dado em julho do mesmo ano.
Condições
Na substituição de sistemas aprovados utilizando produtos com Cr(VI) por produtos isentos de Cr(VI), devem estar garantidas a proteção à corrosão e as qualidades funcionais das peças. O sistema galvânico de cromatização, por exemplo, pode ser substituído por passivação mais selagem adicional. No caso dos organometálicos à base de água, há alternativas apropriadas. Os organometálicos à base de solventes, já isentos de Cr(VI), devem passar por aperfeiçoamentos, com o uso de novos sistemas e novas aplicações.
Proteção contra a corrosão
O risco de danos ao elemento de fixação, durante o manuseio e o transporte, depende do tipo, das dimensões e do peso destes componentes. Em breve, deverá ser publicada uma norma (Métodos de Transporte) com medidas para evitar e/ou reduzir a influência da proteção de corrosão por manuseio e durante o transporte, visando a garantia da série — exigência das montadoras. Atualmente, durante este processo, a estimativa de perda da proteção fica em torno de 30%. Para assegurar uma satisfatória proteção à corrosão, devem ser feitas aplicações de selantes adicionais (revestimentos galvânicos) e de camadas de cobertura (camadas de flocos de zinco), aperfeiçoando a resistência à corrosão branca e/ou otimizando a resistência à corrosão vermelha.
Por meio da chamada selagem, no caso de revestimentos galvânicos, pode ser alcançado um efeito de auto-correção e, assim, pode-se reduzir a influência de danos na resistência à corrosão branca. Para igual resultado, pode ser necessária uma espessura total de camada maior, em comparação aos revestimentos que contenham Cr(VI). No caso dos tratamentos galvânicos, a alternativa é a troca de revestimentos com zinco por outros de maior efeito como, por exemplo, os de ligas de zinco. A influência de selagens diferenciadas sobre a resistência à corrosão e propriedades importantes de função ainda estão em estudo.
Características funcionais
Espessuras maiores das camadas significam problemas, no caso de peças com dimensões menores, pois pode ocorrer danificação mecânica. Se for feita selagem, há perigo de camadas de cobertura de recobrimentos locais — roscas externas, roscas internas, ataques internos e de esforço — e de danos mecânicos. A zona da dimensão crítica pode ficar maior. Para revestimentos galvânicos, no caso de roscas métricas, pode ser necessária a troca das tolerâncias 6g / 6H para 6e / 6G. Entre outras providências estão o desenvolvimento e o emprego de técnicas de instalação apropriadas.
Segurança e qualidade
Para garantir a segurança e a qualidade do processo, é necessário o acompanhamento de toda a cadeia, incluindo a escolha dos materiais de revestimento e seus fabricantes, das empresas que farão a aplicação, dos fabricantes de peças de fixação, do transporte e do processo de montagem. A sugestão é aperfeiçoar as seqüências do processo, assegurando manuseio e transporte cuidadoso e supervisionando a aplicação.
Normatização
Os principais objetivos são: redução do número de tipos de proteção de superfície; redução da variedade de normas aplicáveis; e aperfeiçoamento da qualidade. Em aspectos técnicos, a normatização visa a atenção aos desvios das características funcionais de novos sistemas (nomenclatura, possibilidade de conhecimento retroativo e responsabilidade de produto); a determinação de exigências realistas em normas e especificações (proteção anti-corrosiva, espessuras de camadas etc.); evitar definição de produtos pré-determinados; e distinção entre testes de aprovação e testes de acompanhamento na montagem.
Outras aplicações
A tendência é haver, em curto prazo, a aplicação dos tratamentos isentos de Cr(VI) para outros componentes, permitindo o aproveitamento contínuo de instalações, otimização da segurança de processo e, conseqüentemente, redução de custos.
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