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Case: Metalac: Fixação com alta tecnologia
30/10/2007 03h57

" Nós somos o principal fornecedor de parafusos críticos no Brasil"

 
Presente no mercado de elementos de fixação há mais de 50 anos, a Metalac SPS Indústria e Comércio Ltda., figura hoje entre os maiores fornecedores de parafusos críticos para a indústria automotiva brasileira. “Desde o início, a Metalac resolveu que não iria fazer todos os tipos de parafusos. Ela sempre teve esta ‘fixação’ em parafusos de alta tecnologia. Mesmo a nossa linha de parafusos standard já era uma linha diferenciada”, explica Leonardo Falcão Rollo, presidente da empresa. Ele conta que, quando a Metalac resolveu entrar na indústria automotiva, ela decidiu ficar na linha de parafusos mais sofisticados, do ponto de vista da aplicação, quando o cliente projetava o equipamento que ia solicitar o parafuso ao máximo que ele poderia resistir.
 
“Normalmente em aplicações que exigem solicitações mecânicas , onde entram aspectos de fadiga, de um dimensionamento com mais técnica de engenharia. Este é o mercado no qual a Metalac resolveu entrar desde o início. E ela ficou presa a este mercado por muitos anos”, afirma Rollo. “A empresa se tornou o grande fornecedor nacional dos parafusos mais críticos de motores (parafusos de biela, de mancal, de cabeçote) e este é o nosso grande mercado até hoje. Nós somos o principal fornecedor destes tipos de parafusos no Brasil”, enfatiza. Leonardo Rollo explica que, dentro do motor existem parafusos que são os supercríticos. “Esta é a nossa grande especialização. Nós fornecemos para praticamente todas as montadoras que têm fabricação no país, porque algumas delas ainda importam os motores, mas não temos dúvida de que quando eles vierem a fabricar os motores aqui, nós seremos um forte candidato a fornecer estes parafusos”, diz.
 
Exportação
“A nossa certeza de que isso deve ocorrer é porque lá em 94, nós iniciamos a exportação deste tipo de parafusos para os mercados de primeiro mundo, EUA e Europa. Alguns destes parafusos foram projetados aqui na Metalac”, acrescenta. De acordo com o presidente da Metalac, existem vários parafusos fabricados pela empresa rodando em caminhões, motores diesel, que são ainda mais críticos, nos EUA e Europa. “Temos este nicho de parafusos críticos como carro-chefe da empresa até hoje e pretendemos expandir ainda mais a nossa participação neste mercado. Como já temos a maior parcela do market share destes parafusos no Brasil, o caminho natural é a exportação e é aí que nós temos crescido”, complementa.
 
Rollo conta que, do total da produção, 20% são exportados diretamente e outros 15% indiretamente. Porque a empresa fornece para clientes que exportam muito. Ele explica que a empresa dispõe de duas linhas de produtos, os parafusos especiais (automotivos) e os standard, que fazem parte da linha Tellep. Nos especiais, a maior exportação é destinada aos EUA, mas também exportamos para Austrália, África do Sul, Europa (principalmente Itália), além da Ásia (China). Já na linha Tellep, parafusos standard com sextavado interno, a Metalac exporta para os EUA, Europa, África do Sul e toda a América Latina.
 
Crescimento e modernização
De 1953 até o início dos anos 90 a empresa teve uma trajetória contínua de crescimento, chegando a ter mil funcionários. Entretanto, com o governo Collor iniciando o processo de abertura ao mercado, reduziram-se as tarifas de importação e a Metalac se viu exposta pela primeira vez a esse mercado globalizado. “Foi um acontecimento que nos levou a fazer um plano de modernização, já estávamos nesta fábrica, não havia espaço para mais nenhuma máquina e tínhamos muitas operações manuais”, conta Rollo. “Logo em seguida entramos com um plano de modernização da fábrica e fomos trocando equipamentos antigos, comprados nas décadas anteriores, por outros com tecnologia mais moderna”, acrescenta.
Hoje, a empresa tem 340 funcionários. Porém, produz cinco vezes mais toneladas do que em 1990. “Foi um período de muitas realizações para colocar a indústria de parafusos brasileira em pé de igualdade com as melhores indústrias lá de fora. Porque até então não era assim: o mercado era muito fechado”, afirma.
 
Ele explica que hoje, com a globalização, quem não tiver competitividade com as melhores empresas fabricantes de parafusos não sobrevive; porque as montadoras têm grandes facilidades para importar produtos. Atualmente, todo mundo importa, exporta, o comércio global é bastante intenso. “Então, existe uma competição entre os melhores players do mundo todo nos parafusos que a gente se dedica a fabricar. E se você não tiver o mesmo nível de recursos, de tecnologia e de pessoal qualificado, não vai conseguir vender nesse mercado”, conclui.
 
 
Desde 1982, a Metalac tem uma área de pesquisa e desenvolvimento que esteve à frente de todos os desenvolvimentos na área de fixação no Brasil, através de projetos de parafusos, projetos de contra peças, projeto e construção de equipamentos para desenvolvimento de parafusos. A empresa desenvolveu as suas próprias máquinas, “porque lá em 82 o mercado ainda era fechado, então desenvolvemos aqui máquinas de torque e tensão, por exemplo, torquímetros digitais”, explica. “Naquela época, os componentes da Sistek eram nossos funcionários, depois houve a separação, mas ainda temos um contrato de exclusividade com eles”, acrescenta.
 
Desenvolvimento tecnológico, serviços e equipamentos modernos
Leonardo Rollo conta que entre1986 e 1987, foi criado o ITF Instituto Tecnológico de Fixação, uma entidade mantida por vários fabricantes. “Ele funcionava dentro da Metalac, entretanto, houve dificuldades de se reunir os concorrentes numa área técnica onde todos disputam conhecimentos e este conhecimento tem um valor enorme ao se desenvolver projetos novos, essa era uma idéia que não foi para frente como uma união dos fabricantes para manter este instituto. Então, hoje, o ITF está completamente inativo, não existe mais”, comenta.
 
Ele explica que naquela época, o setor de pesquisa e desenvolvimento da Metalac prestava serviços para o ITF, ministrando cursos e palestras. Apesar de, durante dois ou três anos, essas atividades terem sido intensas, a concorrência entre todas as empresas do setor foi ficando cada vez mais acirrada, o que acabou com o instituto. “Desde então, usamos o nosso setor de pesquisa e desenvolvimento para cumprir as atividades de um ITF. Hoje nós fazemos muitos serviços pagos de engenharia, ou seja, clientes contratam a Metalac para desenvolver projetos, fazer ensaios, para dar treinamento, fazer análise de falhas de campo. A Metalac fornece tudo isso ao mercado”, afirma.
 
Segundo Rollo, toda essa tecnologia também está presente nos parafusos Tellep, que fazem parte de uma linha que excede a norma internacional. “O conhecimento que a gente desenvolveu fazendo parafusos críticos para a área automotiva nos permitiu melhorar e muito nossos parafusos com sextavado interno. Então, o nosso produto não só atende como excede muito à Norma”, diz. “Além disso, na linha especial, nós fabricamos o produto conforme o desenho do cliente, mas desenvolvemos muita coisa também. Este é um grande diferencial. E, para fazer todo este desenvolvimento, você precisa ter uma estrutura de tecnologia.
 
E nós temos esta estrutura há 25 anos: nossos laboratórios e nossos engenheiros especializados na área de pesquisa e desenvolvimento”, complementa.
Vale ressaltar que a equipe de pesquisa e desenvolvimento voltada para os serviços para clientes, é composta por sete profissionais altamente qualificados, sem contar o pessoal do departamento interno de engenharia. “No nível dos serviços comprados no Brasil nesta área, a Metalac sem dúvida é o grande fornecedor. Se nós formos fabricar o produto, não cobramos o desenvolvimento, se não formos, aí cobramos o do projeto e o cliente escolhe quem vai produzir”, explica Rollo.
 
A empresa também busca utilizar tecnologias modernas como softwares de elementos finitos, para dimensionar a seqüência de conformação a frio. “É uma ferramenta de alta tecnologia, um software de 3D, para poder chegar realmente no limite dos materiais e tirar o máximo proveito possível, reduzindo o tempo de desenvolvimento de um novo produto” diz Rollo. Outro avanço tecnológico está nas máquinas de inspeção. “Temos um total de sete máquinas automáticas de inspeção 100% e devemos juntar mais três ainda este ano. Assim, vamos ficar com um bom parque de máquinas para escolher a totalidade dos parafusos críticos”,afirma.
 
Ele explica que a escolha 100% é importante basicamente para onde existe montagem automática. Em uma montadora que utiliza robôs para montar os parafusos, por exemplo, um parafuso que, por acaso, esteja misturado ali no meio, ou que esteja incompleto, pode ser responsável pelo travamento de um robô, travando uma linha de montagem de algum componente importante do automóvel; quando não trava a linha toda. “Não é tanto pelo custo do parafuso, é o custo da linha de montagem parada para remover um parafuso ou uma peça estranha que tenha se misturado aos parafusos.
 
Então, a gente faz essa inspeção 100% para eliminar este tipo de problema, já que a qualidade mesmo é garantida no processo de fabricação. Mas, existem algumas possibilidades de mistura no processo, dentro da empresa e fora dela, às vezes a até mesmo na planta do cliente”, complementa. “Esse é um diferencial importante. A Metalac atende a todas as solicitações dos clientes com relação à escolha 100% e até excede isso, porque mesmo sem solicitação estamos fazendo a escolha”, acrescenta.
 
 
 
Capacitação profissional
Desde o seu início, a empresa sempre teve uma preocupação com a capacitação de seus funcionários. “É interessante que numa área tão grande quanto a de fabricação, de conformação a frio, não existam cursos, uma escola técnica do tipo do Senai, que forme técnicos em conformação a frio”, afirma Rollo. “Por isso, nós criamos este curso internamente e ensinamos aos nossos operadores, toda a técnica de conformação a frio”, complementa.
 
Mas a empresa não para por aí e investiu em uma área de treinamento para os clientes. A Metalac dá treinamento para engenheiros e técnicos de nível superior, funcionários dos clientes, que queiram se aprofundar em dimensionamento de juntas. É um curso de quatro dias na sede da empresa, em Sorocaba, para o qual se exige uma boa base técnica do participante. O curso engloba as normas, as técnicas para projeto, o que deve ser considerado quando se tem uma junta aparafusada de alta qualidade. Ele oferece também uma visita à fábrica para mostrar aos alunos como se fabrica um parafuso de alta qualidade.
 
Nos quatro dias de duração do curso, o aluno aprende toda a teoria e tem a oportunidade de ver como se fabrica e qual é o diferencial de uma fábrica de parafusos críticos para uma de parafusos não-críticos, sejam eles especiais ou standard. Estes cursos são divulgados no site da empresa. “Realizamos anualmente dois treinamentos completos, aqui na Metalac, e fazemos mais um ou dois na planta dos clientes. Também temos cursos mais simples para o pessoal que vai lidar com os parafusos, que vai apenas fazer o controle de qualidade e a montagem. É um treinamento mais operacional, mais básico”, explica. “Os cursos têm custo para o cliente, mas oferecemos algumas vagas gratuitas para estudantes”, acrescenta.
 
Crescimento e mercado
Atualmente, a Metalac produz em torno de 1,5 mil toneladas de parafusos por mês. Sendo que 80% disso são destinados à área automotiva (1,2 mil toneladas). “Com os equipamentos que nós já compramos e ainda não recebemos, nós vamos aumentar a nossa capacidade produtiva em 33%, nos próximos seis meses. Vamos chegar a 2 mil toneladas/mês”, ressalta. Segundo Rollo, este crescimento vai incidir diretamente nas contratações, “pessoal que será treinado internamente”, faz questão de salientar.
 
A Metalac faz parte do grupo Precision Castparts Corp. - PCC, uma corporação com 92 fábricas espalhadas pelo mundo que faturou $ 5,4 bilhões em 2006. Sendo cerca $ 1 bilhão em vendas de fixadores como um todo. Dentro da divisão de fixadores, existem os fixadores aeronáuticos, os industriais e os automotivos. A Metalac está inserida subgrupo de fábricas de fixadores automotivos. “Fazer parte do grupo PCC, o qual tem uma situação financeira bastante sólida, tem nos permitido crescer na velocidade que o mercado demanda, sem nenhuma restrição, ou seja, se o mercado crescer aceleradamente, nós crescemos junto com ele. E os investimentos que temos realizado desde a aquisição da empresa demonstram isso”, diz Rollo.
 
Falando sobre o mercado, Leonardo Rollo enfatiza que este está crescendo de forma bastante acelerada, possivelmente alavancado pelas taxas de juros e pelos financiamentos de longo prazo que o setor tem recebido. “Na área de caminhões e implementos agrícolas também o preço das commodities no mercado global incentivam a produção no campo. O aumento das cidades e todo o desenvolvimento também têm gerado um crescimento na área de equipamentos para construção civil, mineração.
 
Portanto todo o mercado de veículos, seja de passeio ou de trabalho, está em um momento bastante positivo”, afirma. “Este ambiente bastante favorável, nos permite dizer que devemos estar crescendo na mesma velocidade dos nossos principais clientes. Enquanto as condições externas forem mantidas, este círculo virtuoso vai ser prolongado. A situação externa, que tem sido favorável nos últimos anos, parece que vai perdurar, porém, sempre tem um abalo aqui, outro ali, como recentemente no mercado imobiliário norte-americano, sobre o qual ainda não se sabe avaliar as conseqüências e se isso vai ter um impacto negativo no mercado.
 
Se isso for superado, não se vê nenhum outro problema no horizonte, tudo leva a crer que o mercado externo vai continuar bem e isso cria condições para que o mercado interno também vá bem”, comenta. “Acredito que é um círculo virtuoso que tem condições de durar por mais alguns anos e por isso estamos investindo para continuar numa posição de destaque nesse mercado que está crescendo rapidamente”, complementa. Reginaldo Colicchio, gerente comercial da Metalac, bastante a dinâmica do setor”, finaliza Leonardo Rollo.
 
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